Casos de autismo recebem atendimento especializado na Uniplac

Certo dia, uma mãe comemorava o fato de o filho ter aberto a boca para que o dentista pudesse fazer o tratamento dentário. Isso pode parecer bobo para a maioria, mas não para uma criança com transtorno do neurodesenvolvimento, mais conhecido como Autismo.

Foi para falar sobre este assunto, e o trabalho desenvolvido pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da Uniplac, que a psicóloga, professora-mestre e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade do Planalto Catarinense, Vivian de Fátima Oliveira, esteve com os alunos de Jornalismo.

Vivian explicou que o autismo incide em três áreas do desenvolvimento. A primeira delas é a socialização, provocando dificuldade de relacionamento. Outro aspecto afetado é a comunicação, com atraso da linguagem (80%), o paciente não adquire a verbalização e se comunica por meio de gestos. Por fim, essas pessoas podem apresentar comportamentos restritos e estereotipados, apresentando fixação por determinados objetos, lugares ou atividades.

Sendo uma patologia de origem genética, sem características físicas, como no caso da Síndrome de Down, o diagnóstico do autista é bastante difícil, bem como o tratamento, que depende de diferentes fatores como os níveis e a relação com as comorbidades (quando está associado a outras patologias).

Em Lages, uma ajuda para essas famílias surgiu em 2016, com a criação do Centro Especializado de Reabilitação da Uniplac - Lages, com atendimento multidisciplinar. No CER II, os autistas recebem tratamento e suas famílias participam de grupos de trabalho, desenvolvem atividades e difundem informações sobre a doença.

“A mãe de uma menina autista, que participa dos grupos do CER II, espalhou cartazes com informações sobre o transtorno no elevador e pelos corredores do prédio onde mora. Isso ajudou outros moradores a entenderem o que sua filha tinha. A divulgação do que é o autismo é muito importante para ajudar a essas pessoas,” explicou Vivian.

Por meio do CER II, também são desenvolvidas capacitações para professores do ensino regular, que têm alunos com esse tipo de desenvolvimento na sala de aula. “A lei da inclusão é de 1996, mas ainda temos muita resistência, preconceito e falta de capacitação. Já melhoramos muito. Percebo que aumentou o número de requisições para capacitação nas escolas,” disse a mestre, e ainda destacou que qualquer pessoa que precise de tratamento, orientação, apoio em relação a casos de Autismo, pode procurar o CER II que está localizado no campus da Uniplac. “O Autismo não tem cura, mas pode ter os sintomas minimizados se for diagnosticado precocemente e tiver atendimento adequado.”

 

Sobre o Autismo

O Autismo é mais frequente em meninos do que em meninas, na proporção de 4 por 1. No Brasil, não existem estatísticas da população autista, mas a estimativa é de 2 milhões de pessoas apresentam a patologia. Nos Estados Unidos, a cada 45 nascimentos, um apresenta o transtorno.

Um dos primeiros sintomas do Autismo é a ausência de linguagem, o que, muitas vezes, leva os pais a pensarem que a criança é surda. Mas o diagnóstico não deve ser feito antes dos três anos de idade, de acordo com a psicóloga, professora-mestre e coordenadora do curso de Psicologia da Uniplac, Vivian de Fátima Oliveira.

“É muito temerário. Nessa fase, a criança ainda está em desenvolvimento, pode apresentar dificuldade de linguagem. Às vezes, não está inserida na escola e, por isso, apresenta dificuldade de socialização. O diagnóstico somente pode ser dado por um médico e é mais fidedigno após os três anos de idade.”

Fonte: Agência Jornalismo Uniplac

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