Estudo sobre transição de reitor ou pró-reitor para professor confere a Fabiula Meneguete o título de doutora

Mais uma docente da Universidade do Planalto Catarinense entra para seleto grupo de doutores da Instituição. A professora Fabiula Meneguete Vides da Silva, graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (USFC), obteve o título de doutora recentemente. A defesa da tese intitulada “A transição de líder para contribuidor individual: a experiência vivida pelo ser gestor universitário” aconteceu no dia 24 de fevereiro, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, na área de Inteligência Organizacional da USFC. “Este estudo é resultado das minhas inquietações enquanto professora de uma universidade. Trabalhando em uma instituição de ensino superior, vivia em contato com relatos curiosos, de professores que, após passarem um período de no mínimo quatro anos como responsáveis pela gestão universitária, voltavam para a sala de aula. Esses relatos chegavam a mim sempre carregados de emoção, de momentos de alegrias e tristezas, de conquistas e derrotas, de muito aprendizado”, diz o primeiro trecho do resumo do trabalho de Fabiula. Depois disso, a professora recorreu à literatura para compreender o processo de transição e conclui que ela ainda é incipiente. Fabiula entrevistou seis ex-gestores universitários que falaram sobre suas experiências vivenciadas em universidades pertencentes à Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE). Essa coleta de informações aconteceu no período de maio de 2009 a março de 2010. “Estas histórias revelam o significado de ser líder universitário e professor, e os principais temas que marcaram as experiências dos ex-gestores entrevistados, no processo de sua transição para a sala de aula”, conta. Como resultado dessa experiência pode concluir que ao voltarem para a sala de aula, os professores sentem-se aliviados por não mais viverem a fragmentação e a brevidade das tarefas típicas dos líderes. Como professores, conseguem gerenciar seu tempo e planejar suas atividades docentes, algo que não lhes era possível enquanto reitores e pró-reitores. A professora também relata que ao mesmo tempo em que os ex-gestores sentiram facilidades no retorno à sala de aula, imersos nessa nova realidade, suas vozes e expressões retrataram suas dificuldades de adaptação. A dificuldade no relacionamento pessoal entre professores e alunos e a falta de interesse dos alunos permearam a transição dos ex-gestores à sala de aula. O apoio oferecido pela família, nesse processo, foi essencial. Com satisfação, os professores relataram que voltaram a dedicar tempo para a pesquisa, o que não tinha sido possível no período em que estavam respondendo pela gestão universitária. Embora não fossem mais responsáveis pelo processo de gestão, muitos colegas ainda os viam como gestores, possuidores de poder. O processo de transição vivido na universidade possibilitou-lhes aprendizagem e mudanças nos seus comportamentos. Alguns desses professores entrevistados tornaram-se mais flexíveis: aprenderam o momento adequado para se manifestar. Os que não levavam em consideração a opinião alheia passaram a perceber a importância de escutar o outro. Aquele que antes tinha uma visão imediatista, atualmente, se percebe com uma visão voltada ao futuro, de longo prazo. O professor mais tímido teve que conversar mais com as pessoas. Fabiula conclui que os dados revelados por meio das experiências dos ex-gestores, embora estejam circunscritos a um universo restrito, revelam temas úteis para a compreensão da experiência vivida na transição de líderes universitários para a sala de aula, trazendo, assim, contribuições para pensarmos em políticas de recursos humanos, a fim de minimizarmos os aspectos negativos vividos pelos ex-gestores, como também para ampliarmos as pesquisas que levem em conta a temática da transição de professores nas universidades. Texto: Taina Borges Foto: Divulgação Observação: A maior parte deste texto foi retirado na íntegra do resumo de ““A transição de líder para contribuidor individual: a experiência vivida pelo ser gestor universitário”, escrito pela professora Fabiula Meneguete Vides da Silva.
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